sexta-feira, 26 de março de 2010

Uma vida morta

Paro por alguns minutos para analisar o mundo a minha volta; o vai e vem de pessoas nas ruas ou em seus carros, indo para o trabalho ou voltando para casa, o funcionamento constante de objetos sem os quais a sociedade atual não consegue sobreviver; ou diz não conseguir. Qual seria o sentido da vida?
Vivemos em um mundo extremamente mecanizado que nos impõe um ritmo de vida que se assemelha aos objetos: estamos sempre executando as mesmas atividades, nos mesmos lugares e da mesma maneira. Nossa mente se fechou para novas descobertas. Isso seria viver?
As pessoas se isolaram em seus casulos. Muitas vivem na escuridão e, quando dão conta disso, não buscam reverter este quadro. Ficam ali, esperando por ajuda enquanto a solução para tudo se encontra dentro delas. Outras pessoas nós, por vontade ou sem perceber, abandonamos, rejeitamos. Crianças e idosos deixados nas ruas ou esquecidos em asilos. Damos a eles uma vida vazia, sem sentido, repleta de amarguras e tristezas. Ou assim o fazemos com nós mesmos. Nos apegamos a coisas materiais, fúteis, superficiais e deixamos de lado os sentimentos, as pessoas. Fazemos da tecnologia uma vilã, enquanto ela poderia ser nossa maior aliada. Não sabemos viver 24 horas sem energia elétrica. Por quê?
A sociedade está morrendo à medida que morrem as amizades, os amores, a generosidade, a compaixão, o perdão, a felicidade, a honestidade, a criatividade. Não podemos nos tornar meros objetos, que fazem aquilo que lhes compete sem buscar um algo a mais, um aperfeiçoamento, uma evolução. Não podemos nos permitir uma morte em vida.

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