quarta-feira, 31 de março de 2010

O começo do fim

Olá! Hoje vou mostrar mais um dos meus "experimentos jornalísticos". Esse foi feito em conjunto com mais cinco colegas. É um áudio-visual de aproximadamente 40 segundos e que tem como tema principal a água. Na verdade é uma crítica a toda forma de mal uso desse bem, que aos poucos está acabando e, com certeza, vai fazer uma falta sem tamanhos! A primeira tentativa no Adobe Premiere, ainda bem amadora.

terça-feira, 30 de março de 2010

Sobre a imprensa

Se analisar a imprensa em muitas palavras não é fácil, imagine então sintetizá-la apenas em “sim” ou “não”. Essas eram as únicas alternativas na pesquisa realizada por acadêmicos do 2º ano de Jornalismo e que objetiva conhecer as impressões do público a respeito do trabalho da imprensa em seus diferentes canais de transmissão da informação. O resultado foi um pouco assustador. A maioria das pessoas não confia na imprensa (51,2%) e as que dizem confiar (48,8%) demonstram ainda alguma desconfiança ou confiam apenas parcialmente, levantando sempre algum aspecto contraditório. Se existisse a opção “depende”, sem dúvida todos a escolheriam. Mas, afinal, essa confiança depende do que? Será que depende do trabalho desempenhado pelo jornalista ou da análise defasada de grande parte do público em relação aos profissionais da comunicação?

Vamos primeiro à visão do público. Nas declarações que analisamos de pessoas que confiam na imprensa alguns pontos são comuns, como a manipulação das informações, a distorção dos fatos (principalmente quando se trata de política) e o jogo de interesses. Tudo isso (infelizmente) são situações que ocorrem nos meios de comunicação de massa e o leitor, internauta ou telespectador está certíssimo em apontá-las para que sejam combatidas. A questão é: quantas vezes a imprensa brasileira errou? Mas, quantas vezes ela acertou?

A opinião pública tem se mostrado muito rancorosa em relação aos jornalistas. Parece mais fácil lembrar de uma falha jornalística, como o caso da Escola Base, do que de incontáveis reportagens belíssimas ou de coberturas impecáveis de fatos históricos, como a Copa do Mundo ou as eleições presidenciais. Com isso eu não pretendo tirar do jornalista a responsabilidade pela falta de confiança depositada na imprensa, mas apenas reduzi-la ao que de fato ela é.

A população costuma cometer equívocos quando julga não confiar em reportagens políticas, sendo que na verdade o alvo da desconfiança são os políticos, o governo. O papel do jornalista é apenas informar e esclarecer. Não temos o poder de consertar aquilo que está errado no mundo. É claro que existem jornalistas e jornalistas. Alguns éticos, outros nem tanto. Mas existem vários profissionais sérios e comprometidos com a fidelidade dos fatos e isso não pode ser esquecido.

Melhorar a qualidade do material jornalístico que chega ao público deve ser uma operação conjunta, onde o jornalista se esforça para realizar o seu trabalho de forma cada vez mais aprimorada e a população reconhece isso e dá aos profissionais da comunicação os créditos que eles merecem.

sábado, 27 de março de 2010

Oficina sobre novas mídias

Fiz uma escolha acertadíssima quando resolvi investir os R$20 que iriam para o ingresso da festa Calouraço em uma oficina sobre novas mídias, ministrada por Marcos Zablonski, que aconteceu ontem na FAG. As quatro horas de oficina foram super interessantes, mas o destaque ficou por conta do Flash Mob, algo que eu ainda desconhecia. Se trata de uma "manifestação" combinada previamente de forma virtual (por e-mail, Twitter, orkut, MSN...) com um grande número de pessoas e que tem como objetivo passar alguma mensagem e impressionar as pessoas que estiverem por perto e, é claro, divulgar na rede depois. É fascinante! Para vocês terem uma noção do impacto que isso causa em quem presencia essa manifestação, dá uma olhada nesse vídeo:


Pelas informações do vídeo, esse foi o maior Flash Mob do mundo. O grupo Black Eyed Peas foi convidado para gravar a nova abertura do programa da apresentadora Oprah Winfrey em Chicago. A princípio eram apenas 800 bailarinos contratados, mas a coreografia se espalhou e estima-se que haviam 21.000 pessoas dançando. Incrível, não?

E pesquisando mais sobre o assunto eu encontrei um vídeo que mostra um Flash Mob realizado aqui em Cascavel! Isso mesmo. Foi uma ação do Cascavel JL Shopping para homenagear o Dia Internacional da Mulher deste ano. Muito legal saber que o pessoal daqui está "antenado" nas mídias sociais. Confiram como ficou o "Flash Mob Local":

sexta-feira, 26 de março de 2010

A "novela" do Teatro Municipal

Quanto tempo é necessário para construir um teatro com capacidade para 1.200 pessoas? Em linhas gerais não leva mais que cinco anos, mas a população de Cascavel espera pelo Teatro Municipal há muito mais tempo: já se passaram 11 anos desde o início das obras. E o que os quase 300 mil moradores da cidade querem saber são os motivos do atraso. Chegar a ser tendencioso e pessimista da minha parte, mas com certeza há algo errado nisso, envolvendo, é claro, muito dinheiro.

A construção foi iniciada no mandato passado e o prefeito na época, Dr. Lísias Tomé afirmou que seriam necessários R$ 6 milhões para a conclusão da obra. Agora o atual prefeito, Edgar Bueno alega que precisa de R$ 12 milhões para entregar o teatro à população. Ainda que a área total da obra tenha aumentado de 5.695,23 m² para 7.249,61 m², isso é motivo para dobrar o custo total? E quanto aos nove anos em que tudo ficou absolutamente parado?

Uma cidade do porte de Cascavel não pode se dar ao luxo de “deixar de lado” investimentos relacionados à cultura. Hoje as apresentações acontecem no Centro Cultural Gilberto Mayer, que tem capacidade para apenas 340 pessoas. Isso torna inviável a vinda de grandes peças teatrais para cá, devido ao custo altíssimo que seria repassado aos ingressos. Então, a alternativa tem sido realizar as apresentações maiores em anfiteatros privados, com capacidade para cerca de 800 pessoas. É exatamente aí que percebemos a demanda que existe por cultura na cidade, porque esses “eventos privados” costumam atrair muita gente!

Os cascavelenses são muito ecléticos: gostam de música, dança, teatro, humor, poesia e fotografia. Nesse aspecto devemos ressaltar o trabalho desempenhado pela nossa Secretária de Cultura, Judet Bilibio, que não tem medido esforços para organizar eventos, cursos e oficinas nas mais variadas áreas, mas que infelizmente ficam restritos à uma pequena parcela da população. A imprensa local tem sua culpa nisso, quando se limita a divulgar apenas os grandes shows musicais que acontecem nas casas noturnas da cidade, mas isso é assunto para um outro artigo.

Cascavel não tem praias, não tem belezas naturais, não tem monumentos artísticos (exceto as obras do artista Dirceu Rosa, espalhadas pela cidade) e muito menos monumentos históricos, então por que não priorizar os investimentos em cultura e torná-la nossa maior atração turística? Uma coisa é certa: não temos nada a perder com isso.

Chatô, o Rei do Brasil

Esse trabalho foi um dos primeiros que eu fiz na faculdade, logo no início de 2009. A proposta era bem interessante: retratar um trecho do livro "Chatô, o Rei do Brasil" que resumia como foi a vinda da televisão para o Brasil. O detalhe vem agora: não podíamos usar a fala ou a escrita! Optamos então por fazer uma espécie de "cinema mudo". Deu um super trabalho, mas valeu muito a pena, já que nos rendeu o 1º lugar na categoria Audiovisual do 8º Seminário de Práticas Jornalísticas da FAG! Outro detalhe: o vídeo foi todo feito no Movie Maker. Então, confiram aí como ficou:



A indústria cultural

Resumo: ADORNO, Theodor W. A indústria cultural.

O termo indústria cultural diferencia-se da expressão “cultura de massa” por essa tratar de uma cultura que surge espontaneamente nas massas, diferentemente do propósito da indústria cultural, que pretende juntar elementos culturais existentes há muito tempo e atribuir-lhes uma nova qualidade. A indústria cultural dita o consumo das massas ao produzir produtos adaptados a ela, constituindo um grande sistema. Mas apesar disso as massas não são o sujeito dessa indústria, mas sim o seu objeto.
As mercadorias culturais da indústria se orientam segundo o princípio de sua comercialização e toda a criação é motivada pelo lucro. As mercadorias precisam assegurar a estabilidade financeira de seus produtores no mercado. As produções no estilo da indústria cultural são apenas mercadorias, mas não se deve pensar literalmente no termo indústria. Ele diz respeito à padronização do produto, aprimoração das técnicas de distribuição, mas não se refere especificamente ao processo de produção, que na indústria cultural se dá tanto de forma técnica, com utilização de máquinas e divisão do trabalho, como de forma individual.
A indústria cultural mantém relação de afinidade com o comércio, no qual utiliza um sistema de desumanização da ação e do conteúdo a fim de fazer uma propaganda bem sucedida. Por essa razão há um grande número de investimentos inadequados nessa indústria, que possui setores tecnicamente ultrapassados, não conduzindo a uma melhora. Para defender-se dessa crítica os promotores da indústria da cultura alegam que eles fornecem apenas indústria e não arte. Em sua ideologia, a indústria cultural se isenta de tirar as consequências de suas técnicas sobre o resultado final de seus produtos. Ela vive sem se preocupar com os efeitos da má determinação da sua objetividade e sem respeitar a formalização da estética, o que resulta numa mistura, essencial para caracterizar a essa indústria.
Algumas discussões são levantadas pela indústria cultural, como sua importância para a formação da consciência de seus consumidores. Em vista desse papel social que desempenha, sua qualidade, verdade e vulgarizações estéticas são constantemente criticadas. Entre os intelectuais há certa acomodação em relação a essas questões. Eles acreditam que os romances de folhetins, os filmes de confecção e espetáculos televisionados são inofensivos e democráticos, atendendo a uma demanda, mesmo que pré-estabelecida.
A consciência dos consumidores está dividida entre o lazer oferecido pela indústria cultural e a constante dúvida sobre seus benefícios. A defesa mais aprimorada dessa indústria coloca como fator de ordem sua ideologia. Seus representantes pretendem que essa indústria forneça critérios para a orientação dos homens. Aquilo que em geral se poderia chamar de cultura queria fixar a ideia de uma vida verdadeira, mas não queria representar como vida verdadeira simplesmente a existência, que é como a indústria cultural a veste.
As ideias de ordem que a indústria cultural faz penetrar a força são aceitas sem objeção, sem análise. Ela exprime que “você deve submeter-se”, mas sem indicar a quê. Jamais a ordem transmitida por ela é confrontada com o que ela pretende ser. Mas a indústria cultural, despreocupada com tal fato, vende a ordem abstrata, pretendendo apresentar aos homens, de maneira enganadora, os conflitos que eles devem confundir com os seus, e ela os resolve apenas na aparência, pois não seria possível resolvê-los na vida real.
As reflexões da indústria cultural não são regras para uma vida feliz. O sistema da indústria da cultura reorienta as massas, não permite a evasão e impõe incessantemente os comportamentos. As massas não vêem e aceitam o mundo tal como ele lhes é apresentado pela indústria cultural. Mesmo se as mensagens dessa indústria fossem tão inofensivas como se diz, seu comportamento está longe disso. Se um astrólogo incita seus leitores a guiarem cuidadosamente seus carros num determinado dia, isso certamente não lhes será prejudicial; prejudicial é a estupidez implícita nesse conselho, que poderia valer para qualquer outro dia e que não requere consulta aos astros.
Os últimos objetivos da indústria cultural seriam servidão e dependência dos homens. A satisfação que essa indústria oferece às pessoas ao despertar nelas a sensação de que o mundo está em ordem, gera frustração ao proporcionar uma felicidade ilusória. O efeito de conjunto da indústria cultural é impedir a formação de indivíduos autônomos, capazes de decidir conscientemente. Ao mesmo tempo em que as massas são injustiçadas pela indústria cultural, é essa indústria que as transforma em massas.

Ditando novos padrões

RESENHA: DEMÉTRIO, Silvio Ricardo. Jornalismo Contracultural. Site da Academia Brasileira de Jornalismo Literário, São Paulo, 10 jun. 2004. (Leia o artigo na íntegra aqui)

O debate a respeito de uma nova forma de se fazer jornalismo, fugindo e contestando os padrões contemporâneos permeia o artigo de Silvio Ricardo Demétrio titulado “Jornalismo Contracultural”. Autores como Balzac, Leminski, Wolfe, Foucault, Nietzsche, Maciel e Torquato Neto ajudam a problematizar o confronto entre um novo discurso jornalístico e os padrões atuais da linguagem jornalística.
A expansão do mercado editorial no século XIX colocou frente a frente a literatura e o jornalismo, abrindo espaço para a discussão sobre a legitimação do discurso de cada um. Segundo Leminski, o naturalismo seria o valor atribuído ao jornalismo, onde o conteúdo é determinante sobre a forma e as perspectivas existem, mas são cuidadosamente camufladas de modo que parecem objetividades. Isso nos dá a falsa sensação de que o jornalismo retrata as coisas tal como elas são.
O discurso jorno/naturalista é embasado no poder, sendo absolutamente ideológico em favor de uma determinada classe social. Sua normatização, portanto, segue os valores de poder, onde o que importa não é o que a manchete vai representar para o mundo, mas o que vai representar nas vendas do jornal.
O New Journalism se caracteriza por uma atitude crítica em relação aos modelos convencionais. Seu texto traz conteúdo referencial e sua forma é tratada como artifício. Wolfe diz que só uma obra aberta, que desperte no leitor sua inteligência, consciência e sentidos é verdadeiramente democrática e para tanto precisa ser escrita com criatividade. O texto jornalístico como conhecemos é controlador, subjetivo e nos torna passivos diante dos fatos.
Essa problemática chega ao Brasil trazida pelos autores Edvaldo Pereira Lima, Fernando Resende, José Salvador Faro e Marcos Faerman. Há um consenso entre eles de que o New Journalism é uma referência para a ruptura com o modelo de texto noticioso que se disseminou nas redações brasileiras em 1940. Maciel e Torquato Neto são os grandes nomes do que se pode chamar de jornalismo contracultural brasileiro. Ambos possuíam um discurso jornalístico enlouquecido, fragmentado, poético, nanico e marginal, e é exatamente essa ruptura com os padrões que liberta o jornalismo da pura informação e permite a ele novas experimentações diante das tecnologias.
Na web, por exemplo, a informação ainda comanda os textos jornalísticos em sua forma. O lead, que antes era usado devido à precariedade do sistema, hoje é usado devido à demanda de urgência e rapidez impostas pela internet. O modelo tecnicista não foi deixado de lado mesmo quando o novo meio pedia uma nova lógica da informação. Não há dúvidas de que técnicas como o lead e a pirâmide invertida são eficientes na construção da notícia, mas o contexto em que elas se desenvolveram evoluiu, modificou-se.
O jornalismo precisa de um novo horizonte ético que se idealize a partir de um sentido crítico e não democrático; que não tente atender ao equivocado e contraditório “bem comum”, que mantenha a linha de fuga traçada pelo New Journalism e por Torquato Neto e Maciel; que seja alternativo e que busque a liberdade de questionar os aspectos que permeiam a nossa vida.

Uma vida morta

Paro por alguns minutos para analisar o mundo a minha volta; o vai e vem de pessoas nas ruas ou em seus carros, indo para o trabalho ou voltando para casa, o funcionamento constante de objetos sem os quais a sociedade atual não consegue sobreviver; ou diz não conseguir. Qual seria o sentido da vida?
Vivemos em um mundo extremamente mecanizado que nos impõe um ritmo de vida que se assemelha aos objetos: estamos sempre executando as mesmas atividades, nos mesmos lugares e da mesma maneira. Nossa mente se fechou para novas descobertas. Isso seria viver?
As pessoas se isolaram em seus casulos. Muitas vivem na escuridão e, quando dão conta disso, não buscam reverter este quadro. Ficam ali, esperando por ajuda enquanto a solução para tudo se encontra dentro delas. Outras pessoas nós, por vontade ou sem perceber, abandonamos, rejeitamos. Crianças e idosos deixados nas ruas ou esquecidos em asilos. Damos a eles uma vida vazia, sem sentido, repleta de amarguras e tristezas. Ou assim o fazemos com nós mesmos. Nos apegamos a coisas materiais, fúteis, superficiais e deixamos de lado os sentimentos, as pessoas. Fazemos da tecnologia uma vilã, enquanto ela poderia ser nossa maior aliada. Não sabemos viver 24 horas sem energia elétrica. Por quê?
A sociedade está morrendo à medida que morrem as amizades, os amores, a generosidade, a compaixão, o perdão, a felicidade, a honestidade, a criatividade. Não podemos nos tornar meros objetos, que fazem aquilo que lhes compete sem buscar um algo a mais, um aperfeiçoamento, uma evolução. Não podemos nos permitir uma morte em vida.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Comentário de Arnaldo Jabor sobre o caso Isabella

Como o caso Isabella está novamente em pauta, vale resgatar o comentário que Arnaldo Jabor fez sobre o caso em 2008 e verificar que as palavras dele têm valor ainda hoje. Espero que a Justiça seja mais dura em relação à esse caso.


 
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