sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A questão da eutanásia!


Hoje pela manhã, como me é de costume, estava assistindo ao jornal e uma notícia me chamou a atenção e me fez pensar... "Eutanásia de mulher em coma há 17 anos é decisão inédita na Itália e divide sociedade". Logo de cara me assustei com o tempo! 17 anos é toda a minha vida, e por todo esse tempo uma mulher ficou em coma!

A eutanásia é um assunto bastante polêmico e considero que seja também bastante relativo. Afinal, antes de se iniciar um conceito sobre isso é preciso que haja primeiro a definição clara do que seria a vida, aquela a qual todos temos direito. Seria o simples ato de respirar e manter seus órgãos funcionando, ou seria um conjunto complexo de sensações, realizações, satisfações pessoais, momentos, pessoas e lugares, que nos transmitam aquilo que julgamos ser a felicidade? Uma vida apenas repleta de dias vazios não tem o menor significado e, por vezes penso que prolongar uma vida assim seja até mesmo desumano. Por outro lado existe a questão de como encaramos a morte.
O ponto de partida para toda a discussão gerada em torno desse assunto é exatamente essa concepção talvez exagerada e trágica que as pessoas têm sobre a morte. Me contraria um pouco o fato de a igreja, por muitas vezes, mostrar-se contra a eutanásia, sendo ela uma grande pregadora da "vida após a morte" e das alusões ao "paraíso" que poderemos encontrar.
Particularmente ainda mantenho-me em cima do muro. Ao mesmo tempo em que não encontro sentido em continuar numa vida de total dependência, impotência e tristeza também não saberia julgar como seria a minha postura, caso isso ocorresse em minha vida. Porém, defendo a idéia de que, assim como todos temos o direito a vida, que nos é assegurado por Lei (Artigo 5º da Constituição), podemos também renunciar a esse direito, passando assim a não ter o "dever" de permanecermos vivos, podendo assim ser praticada a eutanásia não como um crime contra a vida, mas sim como uma opção de despedida dela.


 
Template by suckmylolly.com