domingo, 15 de novembro de 2009

Entrevista - Ricardo Marcelo Sachser


Entrevistado: Ricardo Marcelo Sachser, 21 anos, monitor de Neuroanatomia e acadêmico do 6º período de Psicologia da Faculdade de Pato Branco – FADEP.
Tema: Orkut.


1. Qual seu ponto de vista pessoal em relação ao site de relacionamento orkut?


A utilidade do orkut é plenamente relativa e dependente do contexto e do perfil (histórico psicossocial singular) do indivíduo. Creio que não seja possível encontrar uma posição determinista sobre o site, mas acredito que isso seja muito pessoal sob a ótica de cada um; particularmente eu acho uma ferramenta muito boa para me comunicar com os meus amigos e compartilhar (através de fotos) momentos marcantes da vida. Existem aqueles que utilizam do orkut intuindo obtenção de status social, pedofilia, capitalismo, prostituição, etc.


2. Como você avalia o constante uso do orkut por parte, principalmente, dos mais jovens? Acredita que a maioria visa essa obtenção de status social?


O jovem, por questões psicológicas, sociais e até mesmo fisiológicas, tende a buscar incessantemente o "novo", ele busca a inovação em todos os contextos objetivando o status social referente a um grupo, uma crença, um relacionamento, etc. Na verdade o jovem projeta numa página de internet a sua ideal versão enquanto ser, ou seja, ele objetiva colocar ali o ser humano ideal e feliz que ele sempre quis ser, logo estas são as chamadas máscaras.


3. Em que aspectos o orkut influencia mais diretamente na vida de um universitário?


Se for bem utilizado, passatempo, diversão, entretenimento... Se for mal utilizado, despersonalização. A pessoa tende a assumir posições passivas perante os problemas da vida. O orkut manipula o indivíduo a agir de acordo com as suas imposições, que seriam do contexto social. A internet lapida a personalidade do sujeito que não possuir uma estrutura psicológica para lidar com tais imposições, ou seja, a mídia em si exerce influência sobre a personalidade do indivíduo. Uma propaganda comercial pra mim é apenas uma propaganda, mas para pessoas vulneráveis ao contexto ela termina sendo uma exigência e isso, progressivamente, lapida a subjetividade do sujeito e ele acaba por ser um produto e não um "ser humano".


4. Por que, em sua opinião, o orkut tornou-se um vício? Quais são os principais motivos que levaram a essa grande popularização do site?


Carência. Sim, as pessoas necessitam ser aceitas em grupos e essa aceitação quando não-recíproca gera angústia e o ser sente-se isolado socialmente. Logo, criando uma imagem muitas vezes 'falsa' de si, ele se sente acolhido. É a necessidade de relacionar-se.


5. Com relação à formação do caráter profissional, o orkut teria um poder de influência real?


Particularmente eu tenho experiências boas quanta a conhecimento na área onde eu pesquiso. Muitas vezes consegui contatos bons com doutores, mestres e mestrandos para trocar informações sobre determinados assuntos que de certa forma vieram a adir na minha formação enquanto acadêmico. Creio que se a pessoa souber utilizar essa ferramenta, muito se têm a contribuir.


6. De que forma você avalia o uso do orkut por parte das crianças?


Eu acredito que a inserção virtual de crianças é muito precoce e isso de certa forma prejudica ela no seu desenvolvimento enquanto pessoa.


7. Quais os principais riscos que você acredita que elas estão sujeitas a correr através desse "mundo virtual"?


Os riscos são múltiplos e isso depende da criação e educação de cada um, mas acredito que a própria estrutura psicológica da criança não está desenvolvida, logo, as implicações podem ser devastadoras.


8. Qual deveria ser, em sua opinião, a posição dos pais com relação à proibição ou não do acesso dos filhos ao orkut?


Eu acho que deveria ser controlado pelos pais, mas não necessariamente proibido. A questão de aconselhar o filho a não aceitar qualquer contato e não entrar em comunidades que estabeleçam vínculos com conteúdos ilícitos.


9. O que você considera como principal atrativo oferecido à criança para que ela queira ingressar nessa rede de relacionamento?


Tudo é fácil, simples e rápido. É uma forma de entrar em contato com as fantasias da criança, com o seu mundo imaginário e de querer encontrar coisas novas para sua vida!

Corinthians, rumo ao centenário!

Setembro de 1910. Um grupo de operários formado por Joaquim Ambrósio, Antônio Pereira, Rafael Perrone, Anselmo Correia e Carlos Silva esperavam o bonde que os levaria para casa no bairro Bom Retiro quando tiveram a ideia de criar uma equipe de futebol. Nascia o Sport Club Corinthians Paulista, uma resposta do povo pobre aos times de futebol paulistas onde só havia espaço para a elite branca e rica da sociedade.


Time do povo e Clube dos operários são alcunhas que o Corinthians carrega com grande orgulho. Rompendo o preconceito e a discriminação social, o contingente de torcedores do clube é incrivelmente variado, alternando das classes mais ricas e influentes para as mais carentes da sociedade, atingindo desde a favela até a Presidência da República. Ao longo desses 99 anos a “Fiel” agregou cerca de 25 milhões de torcedores, sendo a 2ª maior torcida do Brasil.


O clube foi berço de grandes nomes do futebol nacional. Craques como Luizinho, Baltazar, Gilmar, Rivelino, Sócrates, Biro-Biro, Neto, Marcelinho Carioca e Dida brilharam no Timão e são, até hoje, lembrados com carinho pela torcida.


Sofrimento e conquistas andam juntos na história do time. Ao todo são 26 títulos paulistas, quatro Campeonatos Brasileiros, três Copas do Brasil, uma Supercopa, um Campeonato Mundial de Clubes e ainda o título de Campeão Brasileiro da Série B, em 2008, que é uma conquista que nos lembra sofrimento. Mas o torcedor corinthiano é assim, sofredor! Gosta de ver o time dar o sangue em campo e fazer aquele gol redentor aos 45" do segundo tempo.


E é assim, carregando essa magnífica história e honrando sua fiel, apaixonada e sofredora torcida que o Corinthians segue rumo aos seus 100 anos de tradições e glórias. Já diz o nosso hino: “Corinthians grande, sempre altaneiro, és do Brasil, o time mais brasileiro”. Não pára Timão, porque em todo lugar sempre tem um bando de loucos por ti Corinthians!

O poder de transformação

Abrir horizontes. Essa é uma das importâncias da leitura destacada pela dona de casa de 47 anos, Sueli Aparecida Trofino. Ela relata o aprendizado que adquiriu a partir do livro “Olhai os lírios do campo” do inconfundível Érico Veríssimo. Segundo ela, uma história comovente e uma grande demonstração do poder de transformação que todo ser humano possui.
Ela conta, resumidamente, que a história se desenvolve em um ambiente onde predominam o egoísmo e o romance. “O personagem principal era um médico egoísta, que pensava apenas em exercer a profissão por dinheiro e não para ajudar as pessoas, até o dia em que se apaixonou por uma moça, também médica, mas que era o oposto dele, pensava em ajuda as pessoas carentes com o seu trabalho”. O momento da transformação de pensamentos, mais marcante para Sueli, evidencia-se quando, no decorrer da história, os personagens se casam, acabam se separando e, após a morte da ex-esposa, o médico descobre que tem uma filha com ela. Essa nova circunstância o faz rever o modo de pensar a vida e o torna uma pessoa melhor.
Sueli destaca que esse foi um grande aprendizado, pois a fez enxergar algumas coisas da vida de uma maneira menos egoísta e mais solidária e que qualquer leitura é válida, já que nos ajuda a escrever e se expressar melhor.

Jovens e política, uma lamentável separação

Desde o movimento dos “Caras Pintadas” os jovens se distanciaram da política. Não se vê mais nenhuma manifestação de grande porte liderada por jovens, o que de fato é preocupante na situação atual do nosso governo. Crise no Senado, atos secretos e o escândalo das passagens são apenas algumas das demonstrações que os políticos têm dado de sua falta de ética e caráter.
Os jovens não podem adquirir uma posição de apatia e comodismo diante de tanta irregularidade. O reflexo dessa atitude pode perdurar por inúmeras gerações se essa postura não for alterada agora. O Brasil que fazemos hoje será o mesmo que deixaremos para nossos filhos.
A manifestação é um ato democrático! Não significa que precisamos “ir à guerra”, mas precisamos demonstrar nossa insatisfação e o desejo por mudanças, e principalmente, exigir que nossos direitos e necessidades sejam correspondidos. No simples ato do voto podemos fazer a diferença, e para isso basta analisar corretamente as propostas dos candidatos. Alienação, apatia e descaso político devem ser eliminados do perfil de qualquer jovem.

A função social do Jornalismo

Definir o que é jornalismo em plena era digital que vivemos pode ser um tanto contraditório. Os tempos são outros e as formas de se fazer jornalismo também. Mas as mudanças históricas não são justificativa plausível para alterações nos princípios deontológicos que regem essa profissão.
O jornalismo tem e sempre terá funções a desempenhar enquanto emissor no processo de comunicação. O dom de informar vem associado a um poder de persuasão gigantesco e uma responsabilidade impar. Formar opinião é uma tarefa que exige sabedoria, ética e caráter e o jornalista deve assumir isso como sua função perante a sociedade.
Ocasionar à sociedade conhecimento seja na forma de cultura, economia, política, lazer, esportes etc, denunciar irregularidades e engajar-se na luta por soluções e, principalmente, assumir a responsabilidade por tudo que é divulgado são alguns dos papéis exercidos pelo jornalista.
O âmbito jornalístico deve ser reflexo da liberdade de expressão popular, um espaço onde as pessoas possam manifestar seus desejos e anseios e não um lugar onde se pratica o comércio de notícias, visando à defesa dos interesses econômicos de uma minoria influente.
A classe dos jornalistas precisa visualizar o grande poder que tem nas mãos e utilizá-lo com o máximo de cautela e sabedoria, seguindo o princípio da liberdade de imprensa e embasado em todos os conceitos éticos relativos a essa nobre profissão.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Entrevista de perfil - Lucinha Silveira



UM SONHO, UMA REALIZAÇÃO E UMA HISTÓRIA PARA CONTAR

Entre tecidos, lápis, papel e um turbilhão de ideias, Maria Lúcia Silveira, 46 anos, mais conhecida como Lucinha Silveira, se tornou ícone da moda em Cascavel e região. Pioneira da alta costura na cidade, empresária, estilista conceituada e mãe de dois filhos, não deixa de cuidar da beleza e pessoalmente de seus negócios. Com muito “jogo de cintura” a estilista consegue conciliar família, estudo, trabalho e ainda sobra um tempo para dar entrevistas, mostrando o que muita gente ainda não sabe. É em meio a esse corre-corre que Lucinha Silveira, relembra o passado e nos conta de uma forma descontraída o que a fez conquistar o sonho de menina que hoje se tornou uma realização de mulher.


Um pouco de história...

Eu nasci em São Paulo/SP e com cinco anos me mudei para Londrina, norte do PR. Foi ali que vivi até concluir minha graduação. Sempre gostei de moda. Desde criança eu desenhava na escola para as coleguinhas e professores, e isso foi fazendo parte do meu dia-a-dia. Já nessa época eu olhava as vitrines e sabia que ia trabalhar com isso, geralmente o que me atraia eram os vestidos de festa e de noiva. Eu olhava e imaginava: eu vou fazer isso algum dia.
Eu não pude começar a realizar esse sonho como eu queria, já que na época só tinha curso de Moda em Minas Gerais. Então, acabei fazendo Educação Artística na UEL que é mais relacionado à moda, por ter desenho.
Comecei a trabalhar com 15 anos, justamente numa loja com roupas de festa e de noivas, onde já desenhava. Eu sempre fui um pouco autodidata, inclusive quando eu ia me formar no Magistério levei o desenho do vestido que queria para o dono da loja. Quando ele viu os desenhos perguntou se era eu quem os fazia e logo me pediu para que desenhasse para alguns clientes japoneses. Aceitei. No dia seguinte, fui contratada pelo Seu Antônio e lá fiquei por sete anos.

Após esse primeiro emprego, você fez cursos na área da moda? Quais?
Fiz. Nossa! Não dá nem para lembrar, foram tantos. Todos os cursos ligados ao desenho, não só de moda, como também desenho artístico, desenho publicitário, desenho de cabelo, desenho de nus, desenho de cabeça... Tudo que aparecia eu fazia; não só em Londrina, como em São Paulo, e agora pela internet eu continuo buscando aprender mais. Atualmente faço Pós-graduação em moda e me formo em novembro. Eu nunca paro: faço curso fora, como já fiz em Paris e em Santa Catarina com o estilista Ronaldo Fraga, um dos melhores do Brasil. Temos que estar sempre nos aperfeiçoando, e reciclando nossos conhecimentos.

Como já foi dito você não é daqui, então o que lhe atraiu para Cascavel?
Na realidade, quando me formei na UEL recebi um convite para trabalhar aqui, na Sarolli Colonial Modas. Parece que não havia estilistas na cidade. A proposta era boa, e como sempre gostei de novos desafios resolvi vir. Era só uma experiência, mas como a cidade me agradou acabei ficando.

Vivemos na “ditadura da beleza”, “ditadura do corpo perfeito”. Isso é válido? Realmente uma mulher super magra veste melhor uma roupa?

Essa questão de cultuar a beleza é bem complicada. Em alguns desfiles, eu coloco clientes minhas que fogem um pouco do padrão, para justamente mostrar que não é só aquela pessoa magérrima que veste bem uma roupa. As modelos hoje realmente são esqueléticas, e se acham gordas ainda, claro, uma roupa cai melhor mas às vezes na passarela as pessoas “normais”, não conseguem nem se enchergar, por isso eu tenho procurado nos desfiles e nos programas que eu faço na TV colocar modelos com um corpo mais próximo do real da maioria.

É necessário muito dinheiro para se vestir bem?

Eu considero que tem que ter bom gosto, porque não precisa gastar muito para se vestir bem. É necessário bom senso, não exagerar. Não se pode fazer com que os estilos se choquem, por isso nós orientamos nossas clientes até por telefone. Às vezes elas ligam dizendo que tem uma determinada ocasião e perguntando qual a roupa mais adequada, qual a melhor combinação, que sapato usar. Há alguns dias uma cliente ligou querendo saber se poderia usar um vestido preto com um sapato branco. Obviamente reprovamos a ideia. São dúvidas corriqueiras. Eu adoro o que faço, é um prazer trabalhar com isso.

E o mercado da moda em Cascavel, perde muito para outros centros? Como é a atual situação?

Eu acho que está “engatinhando” ainda. Nós temos muitas confecções, é uma região que está investindo, percebemos isso, pois temos atacados grandes, o setor de roupa de festa muito bem assessorado. Estamos caminhando para melhor, digamos que estamos médios, mas poderia estar bem melhor (risos).

De onde vem a inspiração para tantas criações?

Não sei se é inspiração ou transpiração (risos). Como eu estudo muito, pesquiso, compro revistas - às vezes caríssimas – com desfiles de criadores europeus e americanos, então eu acho que é de tudo um pouco, lógico que um pouco é inspiração, e muitos anos trabalhando com isso, mas tem que ter prática também, estudar, aprimorar-se, e sempre se reciclar, isso é importantíssimo para qualquer profissional.

Há alguma peça especial, que é o seu “xodó”?

Tenho dois vestidos que guardo aqui na minha sala. São dois vestidos que eu fiz para o Concurso Miss Cascavel. Um dos vestidos foi usado pela Regiane Carvalho, vencedora do Miss Paraná e considerada a eterna Miss Cascavel. Eu nem deixo as peças lá embaixo, elas ficam aqui guardadinhas. São vestidos que eu criei combinando com a candidata e, por isso, são especiais.
Qual a principal diferença que encontramos entre a Lucinha profissional e a mãezona em casa?
Acredito que é a mesma coisa, sou bem parceira, saio com meus filhos, a gente se diverte, participamos muito da vida uns dos outros. Aqui na loja também, sempre decidimos todos juntos, vamos para a balada, é uma convivência bem bacana.

Para você, qual é a definição de moda?
Hoje em dia é dificil definir moda. Até a Channel falava que moda é estilo, pois ele é o que permanece, e a moda passa. Concordo com essa ideia, pois o estilo é tão mais forte do que uma peça de moda, ela é muito passageira e diversificada, portanto poderia definir que moda é estilo.

Hoje você é bem sucedida na área da moda com seu ateliê. Conte-nos como começou esse projeto.

Começou há vinte e um anos, quando eu e meu esposo abrimos uma loja de moda jovem. Depois de 4 anos surgiu essa idéia de locação e estou até hoje satisfeita com o negócio, até porque é uma das minhas paixões.

Você ainda tem algum sonho?

Eu tenho. Quero morar e trabalhar fora do país ou num centro maior.

E hoje, quem é Lucinha Silveira?

Uma mulher guerreira, forte, mãe, que luta muito, trabalha muito, viaja, tem uma vida corrida, e que ainda tem vários objetivos profissionais que espera alcançar. Sou realizada profissionalmente sim, mas eu sempre quero mais, sempre quero aprender mais.

JOGO RÁPIDO COM LUCINHA

Um ídolo = Coco Channel;
Um lugar = Fernando de Noronha;
Um momento = o nascimento do meu primeiro filho;
Um sonho = conhecer o Egito;
Uma pessoa = pai;
Uma comida = árabe;
Um bebida = água mineral;
Uma banda = Pink Floyd.

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Entrevista realizada pelas acadêmicas de Jornalismo da FAG, Adriane Kappes, Jéssica Moreira, Nathália Sartorato, Priscila Rabaioli, Simone Lima e Tátila Pereira :)

 
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