quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Entre tesouras e pincéis - A rotina de um salão de beleza




Allan Machado e Nathália Sartorato

Capítulo 1

Quarta-feira, 18h15. Um horário em que quase todos os trabalhadores já encerraram o expediente. Quase todos. Atravessamos a cidade até o bairro São Cristóvão para acompanhar a rotina a que estão submetidos os profissionais que trabalham em um salão de beleza.


Assim que pisamos no ‘Salão de Beleza Anderson Cabeleireiro Unissex’ já percebemos um clima que misturava a alegria por ser ‘alvo’ de uma reportagem jornalística com o cansaço de mais um dia árduo de trabalho. Isso porque o salão é comandado apenas por duas pessoas: Anderson Alves Oliveira, 29 anos e Rochelle Adriana Sotti da Silva, 28 anos; marido e mulher. Ok, o fato de ter apenas duas pessoas trabalhando ali não seria tão determinante se o salão não oferecesse tantos serviços: corte, alisamento, tratamento, tintura, penteados e tudo o mais que se possa fazer com o cabelo, modelagem de sobrancelhas, unha (pé e mão), tratamento de pele e depilação.


O pôr-do-sol já estava se aproximando, mas o salão continuava cheio. Quatro clientes estavam sendo atendidos ao mesmo tempo: uma mulher que estava retocando a raiz, pois havia feito escova definitiva, outra mulher fazendo tratamento para redução do volume do cabelo, com alisamento semi-definitivo e tratamento especial para as pontas danificadas, um rapaz fazendo um ‘corte tradicional’ no cabelo e uma última mulher ‘na fila’ para o alisamento.


Rochelle, chamada pelos clientes de ‘Rô’, nos conta que o salão existe há seis anos e que sempre foi uma correria. “A gente começa a atender às oito e meia da manhã e vai até a hora que tiver cliente”. Nesse momento uma das clientes nos interrompeu para contar que uma vez ela ficou até às três horas da manhã no salão. “Eu vim lá de São Paulo e esse é o primeiro salão realmente bom que eu encontro. Aí vale o sacrifício”, justifica sorrindo.


Como se já não bastasse o ritmo acelerado que o salão impõe, Anderson e Rochelle também têm dois filhos pequenos: o Dudu, que tem 6 anos e a Daphne, com apenas 2 anos. O menino logo se ‘desinibiu’ em frente à nossa câmera fotográfica e começou a fazer ‘caras e bocas’ e a chamar a atenção com seu gingado de capoeira. Falante e bagunceiro, Dudu não dá sossego: pega os produtos do salão e começa a passar no cabelo, fazendo com que a Rochelle tenha que interromper o atendimento a uma das clientes para ‘acudir’ o filho. O argumento para convencê-lo a não fazer bagunça é certeiro: “pode ir brincar no computador”.


Porém, a calmaria durou pouco. Alguns minutos depois ele volta a falar sem parar, em um tom de voz bastante alto para a sua idade. “Sou famoso, querem me entrevistar? Já dei entrevista pra um monte de coisa: pro SESC, pro Batatinha.” O casal, é claro, já se acostumou com a presença do filho no salão. “Melhor ele aqui dentro do que lá na rua”.


É, nisso eles têm razão. Aos primeiros indícios do anoitecer, Anderson tranca o salão com um cadeado e nessa hora perguntamos se eles não têm medo de trabalhar até de madrugada, e a resposta foi rápida: “nós sabemos que é perigoso, mas não tem outra opção”.


Mesmo com as portas já fechadas, chega uma moça querendo cortar o cabelo do filho. Anderson a recebe pacientemente e explica que ele até consegue atendê-la, mas ela vai ter que esperar algumas horas. Ela desiste, mas promete voltar no dia seguinte. Recusar clientes não é uma coisa que o Anderson faz com freqüência. “Até no domingo a gente atende, mas aí tem que pagar muito bem”, brinca.


Apesar da rotina acelerada que eles enfrentam, o bom-humor do casal parece inabalável. Enquanto Rochelle reclama que eles não têm tempo para cuidar da família e nem ao menos para ir ao mercado, Anderson brinca dizendo que para ele a grande desvantagem é que “a mulher não faz almoço”. E a alimentação é realmente algo que eles deixam de lado. “Geralmente faço só uma refeição por dia, que é almoçar em algum restaurante. Na janta sempre comemos pizza. Não dá para largar o salão e sair para jantar, né?”.


Anderson ingressou nesse ‘mercado da beleza’ há 14 anos e Rochelle há seis anos. Mas, o salão de beleza não é o ambiente de trabalho dos sonhos do casal. “A gente queria ter uma clínica de estética para trabalhar como cirurgiões plásticos. Mas sabe, né? Pobre não tem dinheiro para estudar em faculdade e colégio particular. E eu também não tenho inteligência pra isso.” O salão atende a camada dita mais ‘popular’. Os cortes femininos variam de 15 a 30 reais e os masculinos de 6 a 10 reais.


Se tem uma coisa que não poderia faltar em um salão de beleza é a tal da fofoca. E como ali todo mundo se conhece, o papo rolava solto. Algumas histórias contadas por eles chegavam até a assustar, como a da mulher que apanha do marido e tem medo de denunciá-lo. “Isso não é nada perto de outras histórias que as clientes contam. É cada coisa que a gente tem que escutar”. Pelo visto, além de cabeleireiro, o Anderson também ataca de psicólogo nas ‘horas vagas’, tudo para agradar a clientela.


As horas iam passando e o trabalho parecia não terminar. Acompanhamos o casal por mais de três horas. Durante todo esse tempo, o Anderson e a Rochelle sentaram por apenas alguns minutos. “É, a vida é sofrida. Nosso descanso é raro”, afirmam.


Quando estávamos nos preparando para ir embora e dando por encerrada a reportagem, eles nos convidam para voltar no sábado, que é um dia bem mais movimentado. Agradecemos o convite e avisamos que os dois outros repórteres viriam. Nos despedimos e deixamos o salão, impressionados com a alegria do casal, que também nos contagiou.



Amanda Ramos e Douglas Fernando

Capítulo 2


Em um sábado, desses que dá vontade de ficar em casa assistindo TV e comendo brigadeiro de panela, lá fomos nós. A aventura começa no ponto de ônibus, pois nem sabíamos ao certo que outro ônibus teríamos que pegar para chegar ao destino final. Com a ajuda de motoristas e cobradores, chegamos ao salão do Anderson, uma hora após o inicio da trajetória.


As apresentações mal foram feitas e já recebemos cobranças por parte do Anderson: “seguinte, vão tirando a jaquetinha e os óculos porque vocês vão limpar tudo. Não, eu não tô brincando. Vamos! Vamos!”. Nós nos entreolhamos e pensamos: em que enrascada a gente se meteu? Mas, em seguida, ele abriu um sorriso e disse que tudo não passava de uma brincadeira. “Só uma assustadinha pra ver se vocês continuariam aqui”.


De repente, uma voz um tanto quanto estridente nos chama a atenção. Eis que surge um menino magrinho, moreno, aparentando ter seis anos e com muita, mas muita energia. Enquanto ginga capoeira, come, bebe e fala alto no salão, seus pais continuam o trabalho que parece árduo.


Um dos nossos primeiros questionamentos é com relação a parte financeira, mais rapidamente Dudu, o menino espoleta, responde: “ah, ele não me dá nenhum real.” Anderson e Rochelle nos explicam que não sabem nem quanto entra de dinheiro por dia, já que um setor financeiro organizado é uma coisa que nunca existiu por ali.


Enquanto isso, um cliente fazia depilação no rosto. Percebemos que ele era um tanto metrossexual. Quase não falava. Vestia uma camisa roxa listrada, cheia de lantejoulas coloridas. Ficou no salão durante as quatro horas em que permanecemos ali. Ele já tinha feito luzes, corte, alisamento e agora esperava pela sobrancelha. Era a Rochelle que o estava atendendo com muita agilidade e precisão, embora às vezes se queixasse: “que cansaço! Hoje eu não queria nem sair da cama”. Anderson completa: “quem acha que vida de cabeleireiro é fácil, está muito enganado!”


Uma das coisas que nos chamou a atenção foi o fato de 90% dos homens que frequentam o salão pedirem para fazer a sobrancelha. Rochelle confirma, dizendo que “todos os homens que vem aqui pedem [para fazer a sobrancelha]. É muito difícil um homem que venha aqui e não peça.”


E no meio das epifanias do simples salão de Anderson, aparece o menino Gustavo. A mãe estava nervosa. Motivo? O filho de quatro anos cortou o cabelo com uma tesoura. Ele quer ser cabeleireiro e reafirma para a mãe que irá cortar de novo. Com uma cara de bravo, ele mal quer saber das explicações de Anderson, mas acaba saindo contente com o resultado. “Ficou bonito, não vou precisar mais ficar careca!”, comemora. Em seguida, aparece outro menino, mas esse, ao contrário, adora visitar o salão. A mãe desloca-se do Country para que ela e o filho possam repaginar o visual.


A mulherada que já conhece o salão há algum tempo sabe que ali o trabalho é corrido. Para ajudar, algumas clientes se ‘auto-atendem’. Foi o caso de uma menina que apareceu na porta do salão. Ali perto estava a única tomada 200 watts, em que funcionava o secador. O cabeleireiro deu as coordenadas: “pega aí e pode usar. Mas é só secar e pronto”.


O clima estava ótimo até cutucarmos uma ‘casca de ferida’. E os erros? Já aconteceram aqui? “Sabe, aqui a gente faz só se for pra dar certo. Se for pra fazer ‘cagada’ ninguém faz. Já aconteceu de uma cliente nossa botar outra coloração no cabelo e ficar simplesmente descontrolada”. Para que o cliente não tenha motivos para reclamar, o Anderson sempre fotografa o ‘antes’ e o ‘depois’ de qualquer corte ou tratamento capilar que ele faz.


Observando as expressões de cansaço que o casal apresentava, perguntamos se eles já tentaram contratar mais pessoas para ajudá-los nos serviços. “Já até cansamos de tentar. Seis manicures já passaram pelo salão, mas nenhuma deu certo. Teve uma que dizia para as clientes que unhas grandes davam mau cheiro e que, por isso, deveriam ser cortadas. E muitas das clientes se revoltaram”, conta Rochelle.


Já eram quase seis e meia da tarde quando deixamos o salão, que continuava ‘fervendo’. O telefone tocava sem parar, clientes chegavam a toda hora e o casal se desdobrava para atender a todos, em mais um dia de trabalho que, pelo visto, estava longe de terminar.

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Trabalhando o foco narrativo

Depois de uma semana super agitada e de muita produção, está na hora de atualizar esse blog! O texto que eu vou mostrar agora foi um desafio! Com a proposta de trabalhar o foco narrativo, eu tinha que contar um fato que já aconteceu comigo, mas com o olhar de um grupo de pessoas que também participou desse fato. Ou seja, eu precisava falar sobre mim, mas não utilizando a 1ª pessoa do singular e sim a 3ª pessoa do plural. Deu pra entender? É, eu sei que é complicado. Talvez com a leitura do texto isso fique mais claro :)

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A garota do ônibus

Todos os dias nós a encontrávamos, no mesmo horário e no mesmo lugar. Não era exatamente um encontro porque não era planejado e sim inevitável. Ela estava sempre atrasada e aí era engraçado o modo como gesticulava enlouquecidamente para que o motorista a esperasse.
Parecia uma pessoa simpática, mas nunca trocou uma só palavra conosco. Estava sempre ‘alienada’ em suas músicas, às vezes em um volume tão alto que os pobres fones de ouvido não davam conta de absorver. O gosto musical era questionável. Variava do sertanejo à MPB e assim divergia nossas opiniões.
Carregava uma bolsa que vivia cheia e, visivelmente, bastante pesada, o que causava a ela certo desconforto. Talvez isso justificasse o ato pouco respeitoso com que roubava os nossos acentos e nos deixava furiosos. Uma jovem sentada e nós, pessoas mais velhas, em pé!
Por dez minutos tínhamos o mesmo destino, depois ficava uma dúvida. Ela não usava nenhum uniforme, ou carregava algum objeto que nos ajudasse a identificar para onde ia. A expressão sempre cansada nos fazia pensar em algo como um escritório onde ela, pela pouca idade, talvez fosse estagiária.
Concordávamos que ela não era lá muito vaidosa. O rosto estava sempre sem maquiagem, as unhas sem esmalte e os cabelos soltos.
O terminal era nossa linha de chegada. Com o ônibus ainda em movimento, ela nos atropelava e descia correndo para pegar o próximo ônibus, que já estava de partida.
Diversas vezes nós reclamamos do comportamento que ela tinha, até que um dia ela não apareceu mais. Alguns acharam que ela tinha pedido o emprego, outros diziam que havia ganhado um carro. A verdadeira razão para o seu ‘sumiço’ nós não sabemos, mas sabemos que daquele dia em diante tudo pareceu menos apressado, agitado e engraçado.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

VT sobre Propaganda Política na Internet

Eu já falei um pouquinho aqui no blog sobre o projeto do Jornal do Quarto. Hoje finalizei a minha 'contribuição': um VT sobre a Propaganda Política na Internet, estratégia que, por sinal, teve uma reprovação quase generalizada. Vejam como ficou e critiquem :)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Um sorriso bem brasileiro

Muito trabalho, pouca educação, mas uma simplicidade e felicidade que dão inveja! Dona Edenir é um personagem quase invisível da vida de vários brasileiros.



O Condomínio Residencial Rio Verde se localiza na Vila Tolentino, bairro de classe média de Cascavel. Apresenta oito blocos, de quatro andares cada, com dois apartamentos por andar, cujo acesso se dá apenas através de escadas. São mais de 120 moradores que entram e saem todos os dias. A difícil tarefa de manter todos os ambientes limpos pertence a uma mulher simples, de meia-idade, que usa sempre os cabelos escuros presos e uma roupa básica, como camiseta e short jeans. 

Dona Edenir, como é chamada pelos moradores, trabalha como zeladora no Condomínio a seis anos. Está sempre com a vassoura na mão e um sorriso no rosto. Dificilmente se queixa de algo, mesmo nos dias mais quentes, chuvosos ou quando a criançada faz aquela sujeira.
Edenir Vaz da Luz e seus oito irmãos nasceram em Campo Mourão, cidade com cerca de 90 mil habitantes. A infância não traz boas lembranças. A vida sempre foi muito difícil. “Meus pais sozinhos não davam conta de criar os nove filhos, então eu e todos os meus irmãos começamos a trabalhar desde pequenos.” A educação ficou prejudicada e ela completou apenas a 5ª série. “Meus irmãos tiveram mais sorte que eu e hoje alguns são até formados.”

Há 16 anos ela, os quatro filhos e o marido - o Seo Alcebíades, que também trabalha no Condomínio prestando serviços de jardinagem; mudaram-se para Cascavel na esperança de ter uma vida melhor. Aqui ela trabalhou como diarista em diversas casas de família. “Todos os dias eu tinha alguma casa para limpar. Às vezes era no Guarujá, outras vezes no Centro ou na Neva. Não sobrava nenhum dia da semana livre”. Na época o salário mínimo girava em torno de R$400,00 e ela conseguia tirar um pouco mais que isso por mês. Para uma família com seis pessoas a renda passa longe de ser ideal, mas ela não se queixa. “As famílias sempre eram muito boas e com o que eu ganhava dava para sustentar a casa”.

Apesar de não reclamar dos anos de diarista, ela confessa que prefere o trabalho de zeladora. “É mais tranquilo e a maioria das pessoas aqui é gente boa”. É, mas infelizmente a maioria não são todos. Dona Edenir se entristece ao falar da discriminação que sofre por parte de alguns moradores. “Muitas pessoas não valorizam os profissionais da limpeza. Às vezes olham pra gente com um ar arrogante, como se a gente fosse inferior a eles. Outros nem sequer cumprimentam.”

Os olhos se encheram de lágrimas quando ela relembrou um dos casos que mais a magoou em todos estes anos de serviços prestados ao Condomínio. “Foi bem constrangedor quando alguns objetos que os moradores deixavam na porta dos apartamentos começaram a sumir e eu fui a primeira pessoa que eles culparam. Esse tipo de coisa é que deixa a gente chateada”.

A profissão exercida hoje não era a que ela sonhava em seguir quando era pequena. “Eu queria ser professora para ajudar as crianças a ter uma educação melhor, para que elas não ficassem nas ruas correndo perigo.” Como não pode realizar esse sonho, ela se dedica à educação dos dois netos, uma menina e um menino. “A gente sempre tenta fazer de tudo pra que eles tenham uma educação melhor do que a nossa”.

Aos 53 anos de idade, Dona Edenir se diz uma pessoa feliz com a vida que leva. “Tenho minha casinha e com o salário de zeladora dá pra criar a família. É claro que eu mudaria muita coisa se pudesse, mas desse jeito está bom”.

O trabalho para ela é como uma terapia. “Faz bem até pra minha saúde. Antes eu ia no PAC uma vez por semana tomar injeção para controlar a pressão, mas depois que comecei a trabalhar eu só precisei voltar lá uma única vez.”

Assim como a maioria dos brasileiros, ela e a família não possuem plano de saúde e reclamam do atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Cascavel. “A saúde aqui é bem precária, ainda tem muito o que melhorar.”

Outra coisa que ela também acredita que pode melhorar na cidade é a limpeza das ruas. “Acho tudo muito sujo”. E olha que disso ela entende. Afinal, quando não está trabalhando no Condomínio está trabalhando em casa. “Nos finais de semana minhas filhas me ajudam e a gente faz uma faxina, limpa tudo lá em casa.”

Mesmo com o sorriso estampado no rosto, Dona Edenir não esconde o desejo de se aposentar. “Ainda preciso de mais cinco anos de trabalho com a carteira assinada. Depois disso vou curtir bastante meus netos, ver eles crescendo”.

É, mas se os anos custam a passar, os minutos que ela gentilmente cedeu para esta entrevista passaram rápido demais. “Preciso voltar ao serviço agora, se não não dou conta de terminar tudo hoje”, disse ela, um pouco sem jeito por ter que encerrar a conversa.

E lá foi a Dona Edenir, carregando o balde em uma mão, a vassoura na outra e sustentando sempre um sorriso no rosto. Sorriso este que marca uma vida cheia de dificuldades e muito trabalho, mas que ao mesmo tempo revela uma felicidade e simplicidade tão verdadeiras que causariam inveja em muita madame por aí, que costuma não perceber a vida que se esconde por trás destes personagens invisíveis do nosso dia a dia.

 
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