quinta-feira, 1 de abril de 2010

O buzão nosso de cada dia

Segunda-feira é sempre um dia indesejável. É sinal de que o fim de semana já acabou e está o mais longe possível de chegar novamente. A cansativa rotina de atividades precisa ser retomada, mas a disposição não é lá aquela coisa. Você quer dormir até mais tarde e trava uma briga de aproximadamente 15 minutos com o despertador e quando se dá por vencida percebe que já está atrasada e aí começa a correria! É escova de cabelo em uma mão, café na outra, a primeira roupa que aparecer no armário, uma escovada rápida nos dentes e pronto. Você olha para o relógio e constata que tem apenas cinco minutos para subir (e que subida!) até o ponto de ônibus. Começa uma espécie de meia maratona particular de quatro quadras, com tempo limitado para completar o trajeto. Seu sedentarismo pesa muito nessas horas. Quando o objetivo parece estar próximo de ser concluído o seu ônibus passa descaradamente na sua frente e ainda faz questão de dar uma “buzinadinha” para você ter certeza que ele vai embora sem te esperar.

Seu atraso agora já alcançou os limites toleráveis e você consegue visualizar a bronca que levará do seu chefe. Já que nada mais pode ser feito você senta, arruma os cabelos novamente e espera pelo próximo ônibus. Como de costume, chega uma velhinha e ela puxa assunto sobre o “tempo”. Você responde, educadamente, as mesmas coisas que sempre respondeu a respeito do tema. Depois de 15 minutos o ônibus chega. Lotação seria um apelido carinhoso para ele. É humanamente impossível que mais alguém entre! Mesmo assim você realiza a façanha e vai colada ao vidro da frente, batendo um papo com o motorista.

Quando chega ao terminal você leva cinco minutos só para sair do ônibus. Tempo necessário para perder o outro ônibus também. A essa altura você já começa a planejar detalhadamente a cena do acidente que contará ao seu chefe. O próximo ônibus chega e você, felizmente, consegue sentar-se. A felicidade dura pouco, pois o pior ainda estava por vir. Dois minutos depois alguns garotos entram e sentam atrás de você, com o volume do celular no máximo e ouvindo músicas de um péssimo gosto. Algo do tipo “Pra pará de pé é muita treta vixi, é muita treta vixi...”. São 15 minutos de tortura mental. Um fone de ouvido nunca foi tão bem-vindo!

Você chega ao destino e recebe a melhor notícia do dia: o chefe ainda não chegou. Um suspiro de alívio escapa, seguido de um sorriso. Agora você tem as próximas oito horas do dia para se recuperar psicologicamente do tortuoso trajeto. Até porque, amanhã começa tudo de novo.
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Minha primeira crônica! :)

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